segunda-feira, 17 de outubro de 2011

30 ANOS DE UM GRANDE FEITO



Há 30 anos, exatamente em 17 de outubro de 1981, Nelson Piquet entrava para a história do automobilismo brasileiro ao ser o segundo piloto do país a conquistar um título mundial de F1. O êxito do piloto carioca, na época com 29 anos de idade, aconteceu em Las Vegas, em um circuito improvisado no estacionamento do hotel Caesars Palace, um dos mais tradicionais da chamada 'Cidade do Pecado'.
A conquista de Piquet marcou o início da década de ouro do automobilismo brasileiro. Entre 1981 e 1991, o país conquistou seis títulos mundiais: três com Piquet, e outros três com Ayrton Senna, cuja última conquista completará 20 anos no próximo dia 20. Além dos dois tricampeões do mundo, Emerson Fititpaldi, o pioneiro, foi o responsável mais dois campeonatos na década de 70, colocando o Brasil no rol dos países mais vitoriosos da F1.
Piquet, então na Brabham, equipe comandada à época por Bernie Ecclestone, travou intenso duelo com Carlos Reutemann, que guiava por uma Williams acostumada a lutar por títulos, bem diferente do atual estágio do time de Grove.
Nelson contou com Héctor Rebaque como seu companheiro de equipe, enquanto o argentino dividiu a Williams com o campeão da temporada de 1980, Alan Jones. Dividiu no mais literal sentido da palavra, já boa parte da escuderia britânica, incluindo aí Frank Williams e Patrick Head, demonstraram ampla preferência pelo australiano, sugerindo algumas vezes, sem sucesso, que Reutemann fizesse jogo de equipe em favor do companheiro de time.
A temporada teve 15 etapas disputadas e foi permeada pelo equilíbrio. Piquet e Alain Prost, ainda na Renault, venceram três corridas, contra duas de Reutemann e Jones. Jacques Laffite, correndo pela Ligier, e Gilles Villeneuve, com a lendária Ferrari 27, também venceram duas vezes na temporada de 1981. No entanto, a consistência demonstrada por Piquet foi determinante para a conquista do título naquele ano.
Com tamanha paridade entre os adversários do primeiro pelotão da F1, a categoria chegou a Las Vegas, palco da última prova do campeonato, com três pilotos nutrindo chances matemáticas de título: Reutemann, com 49 pontos, Piquet, com 48, e um pouco mais atrás, Laffite, com 43. Cenário que lembrou muito a decisão do último Mundial, em Abu Dhabi, quando quatro pilotos (Sebastian Vettel, Fernando Alonso, Mark Webber e Lewis Hamilton) chegaram com chances de faturar o caneco, vencido por Vettel.
Reutemann começou bem o fim de semana marcado pelo forte calor em Las Vegas, em pleno deserto de Nevada. O argentino, hoje senador da República, garantiu a pole-position, formando dobradinha com o companheiro de equipe e rival Jones. Piquet dividiu a segunda fila do grid e largou atrás de Gilles Villeneuve, provando que o Brabham BT49C estava em ritmo inferior aos Williams FW07C.
Caso a ordem do grid de largada fosse mantida até o fim das 75 voltas do GP dos Estados Unidos, Reutemann comemoraria seu primeiro título mundial. Mas logo na primeira volta daquela corrida, o argentino foi ultrapassado por Jones, Gilles, Prost e Bruno Giacomelli, este, de Alfa Romeo, e despencou da ponta para a quinta colocação. Piquet também perdeu quatro posições e completou o primeiro giro em oitavo.
Duas voltas depois, Reutemann foi ultrapassado também por John Watson e Laffite, caindo para a sétima posição. O argentino passou a ser pressionado por Piquet, que no entanto, sabia que uma eventual colisão entre os dois daria o título ao rival.
Finalmente, no fim da volta 17, Piquet conquistou a sétima posição de Reutemann e dava passo importante na luta pelo título. Graças ao melhor rendimento da Brabham em corrida, o brasileiro ganhou boas posições na metade final da prova ao mesmo tempo que viu seu rival perder terreno. Cauteloso, Nelson, que chegou a andar em terceiro, perdeu as posições para Giacomelli e o então novato Mansell e caiu para quinto, resultado que já garantia seu primeiro título, uma vez que Reutemann estava só em sexto.
Em corrida vencida por Jones, tendo Prost em segundo e Giacomelli fechando o pódio, Reutemann foi ultrapassado por Laffite e por Watson nas voltas finais. O resultado, aliado ao quinto lugar conquistado por Piquet em Las Vegas, garantiu ao carioca, por apenas um ponto de vantagem perante Reutemann (50 a 49) a condição de segundo brasileiro campeão mundial de F1, êxito que seria repetido dois anos depois pela mesma Brabham.

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